Estoques de suco de laranja do Brasil mais que dobrarão em 2017/18, diz CitrusBR
A associação informou que os estoques de suco de laranja do maior produtor e exportador global atingirão 254,2 mil toneladas (suco concentrado congelado equivalente 66 Brix), alta de 137 por cento ante 2016/17 (base 30 de junho) --os números consideram volumes estocados no Brasil e em países importadores.
Se confirmado, acrescentou a CitrusBR, o estoque será ainda um dos menores da série histórica e o suficiente para abastecer o mercado por apenas 12 semanas. A previsão, contudo, indica um aumento ante a estimativa de agosto do ano passado, de 207,6 mil toneladas.
Os estoques ainda em níveis relativamente baixos, olhando a série histórica, podem ajudar a dar sustentação aos preços da commodity, uma vez que há expectativa de que as próximas safras do Brasil e da Flórida, nos Estados Unidos, sejam menores, de acordo com avaliações preliminares de outras instituições.
“Para efeito de comparação, uma vez confirmadas as 254.200 em junho de 2018, esse volume representaria apenas 31,2 por cento do que foi o estoque em 30 de junho de 2013, quando o volume de suco chegou a 765.924 toneladas, o suficiente para abastecer o mercado por 35 semanas”, afirmou a CitrusBR em nota.
Os estoques finais em 2013 foram os maiores de uma série histórica divulgada pela associação, que inclui números desde 2011.
A safra de laranja 2017/18 do parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais, principal região produtora do país, deve alcançar 385,2 milhões de caixas de 40,8 kg, alta de 57 por cento ante a fraca temporada passada, segundo a mais recente estimativa do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), divulgada em dezembro.
Esse aumento permitiu um avanço das exportações do Brasil. No acumulado da safra de julho de 2017 a janeiro de 2018, as exportações brasileiras de suco de laranja somaram 651,3 mil toneladas, aumento de 20 por cento na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando atingiram no fechamento da temporada os menores volumes em mais de 25 anos.
“Uma boa parte do aumento do volume exportado é por conta dos baixos estoques lá fora e também tem um aumento grande para os Estados Unidos”, disse o diretor-executivo da associação, Ibiapaba Netto à Reuters, lembrando que os norte-americanos importaram mais para aliviar os impactos do furacão Irma nas lavouras e também com um aumento do consumo recente, devido a um surto de gripe.
As exportações para os EUA, segundo principal destino dos embarques do Brasil após a União Europeia, aumentaram no acumulado da safra até janeiro 34 por cento, para 162 mil toneladas.
A CitrusBR informou também os estoques de suco do Brasil no mundo em 31 dezembro de 2017, que totalizaram 702.981 toneladas, um aumento de 41,3 por cento ao volume da mesma data no ano anterior --o dado é obtido por meio de auditorias individuais e independentes e posteriormente compilado por nova auditoria.
PRÓXIMA SAFRA
O diretor-executivo da CitrusBR disse ainda em nota que agora “todos os olhos agora estão voltados para a próxima safra (2018/19) que, ao que tudo indica, não será grande”.
Ele não fez comentários adicionais sobre o assunto.
Segundo avaliação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, divulgada em janeiro, o clima desfavorável durante o “pegamento” dos chumbinhos da primeira florada (a principal), que dariam origem às frutas da próxima temporada, resultou em perdas em importantes regiões produtoras de citros de São Paulo.
A CitrusBR reportou ainda uma “piora” no rendimento industrial da safra atual (2017/18).
No acumulado da safra, o rendimento industrial está estimado em 282,49 caixas de 40,8 kg para a produção de uma tonelada de suco (FCOJ Equivalente 66 graus Brix).
Nas últimas cinco safras, o rendimento médio foi de 279,22 caixas.
Os dados sobre processamento de laranja pela indústria na safra 2017/2018 ainda serão compilados e divulgados em maio, disse a CitruBR.
Fonte: Reuters
Comentários
Postar um comentário